Especial John Green #2

Olá readers! Estou de volta trazendo a segunda parte das minhas resenhas de livros do querido John Green! Se você ainda não leu a  primeira, corre lá!

17

Cidades de Papel

O que é, o que é…uma história e tanto?

Eu comprei Cidades de Papel assim que foi lançado, mas nunca tive ânimo para ir até o final. Lia um ou dois capítulos e abandonava. Acontece que dessa vez, eu terminei e me apaixonei por Quentin, Radar e Ben.

Margo sempre adorou um mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se tornar um.

Margo Roth Spiegelman parece ser uma garota descolada, ela costumava ser melhor amiga de Quentin quando crianças. Certo momento, ela invade o quarto seu quarto para uma noite de aventuras e no dia seguinte desaparece, deixando para trás várias pistas com o intuito de que ele a encontre. Ao longo dessa jornada, Quentin acaba descobrindo que nem tudo é o que parece ser.

Quis dizer que ela deve estar por aí fazendo coisas típicas de Margo. Virando mundos de cabeça para baixo.

Achei o livro maravilhoso, pois é um mistério divertido, não aquela coisa cansativa. Confesso que comecei gostando bastante da Margo e terminei odiando. A achei uma garota ousada a princípio e quando acabei, a vi imatura e meio covarde…  Sinto que não captei bem a essência do livro ai.

Margo é tipo de pessoa que ou morre tragicamente aos vinte e sete anos, tipo Jimi Hendrix ou Janis Joplin, ou envelhece para ganhar, sei lá, o primeiro Prêmio Nobel por Tirar Onda.

Gostei bastante do Quentin – Q (que vai ser interpretado no cinema pelo fofo/gato Nat Wolff – o eterno Isaac de A Culpa é das Estrelas). Achei super querido, mas um pouco egoísta, o que a gente até alivia, devido a situação.

Acho que o tédio nunca me entediou.10

É um livro muito engraçado (você vai rir muito com as coisas que o Ben fala), a linguagem é bem descolada e isso foi muito bem bolado pra aliviar um pouco as partes mais tensas.  O fato de ser aquela coisa misteriosa, que deixa seu coração na boca poderia ter tornado ele meio cansativo, o que não aconteceu justamente por causa dessa pitada de humor moderno.

Eu queria interromper o xixi, mas é claro que não consegui. Mijar é como ler um livro bom: é muito, muito difícil parar depois que você começa.

O meu personagem favorito é o Radar, ele é um ótimo amigo e tem as melhores falas. Me identifiquei bastante. Green mais uma vez conseguiu me surpreender pela composição dos personagens, pela maneira como desenvolve o espaço e o tempo de suas estórias e claro – uma coisa que ele é especialista – finais de tirar o fôlego.

O que ficou semeado no meu coração é o fato de a gente olhar para as pessoas e achar que a gente as conhece, achar que se importa com uma coisa, quando na verdade é totalmente o oposto.

O para sempre é composto de agoras.

11

Will e Will – Um nome, um destino

A verdade pura e simples.

Raramente é pura e nunca simples de fato.

O que um garoto pode fazer.

Quando mentira e verdade são ambas pecado?

Tai um livro que é difícil falar, pois não consegui ter uma opinião formada ainda. Talvez seja um caso em que eu tenha que ler novamente daqui a um tempo. É fruto de uma parceria entre o Green e o David Levithan. Nunca li os livros do Levithan, mas já vi várias resenhas interessantes.

Essa é a estória de dois adolescentes com o mesmo nome: Will Grayson, que se encontram por acaso.

O primeiro deles a aparecer é um cara meio confuso e o melhor amigo do querido, gigante e purpurinado Tiny Cooper. Não posso negar que ri bastante desse início, que foi escrito de acordo com as normas gramaticais (continue lendo para entender esse comentário).

Meu tipo é um pouco mais feminino. E, sinceramente, eu nem gosto tanto assim do meu tipo de garota, quanto mais de outros tipos. Não que eu seja assexuado – só acho insuportável o gênero Drama Romântico.12

O segundo capítulo nos apresenta o outro Will. Achei meio pesado as coisas que ele falava, mas depois comecei a entender melhor o seu drama. Um cara solitário e depressivo. Nos capítulos desse Will tudo é escrito em letra minúscula e ao passo que achei isso interessante, tive um pouco de dificuldades para ler rs.

vivo constantemente dividido entre me matar e matar todos à minha volta.

Conforme a história foi passando comecei a gostar, mas não achei nada assim tãããão interessante para manter o livro na minha lista dos favoritos. Traz uma mensagem bonita de aceitar quem você é e de amizade. Me encantei pela coragem do Will (com letras minusculas) ao assumir sua homossexualidade e do Will (com letra maiúscula) de assumir e amar o melhor amigo gay – Tiny, que por sua vez é um cara que apesar de ser egocêntrico, consegue ser bem divertido. Fiquei meio assim pelo fato do livro ser tão focado no Tiny, mas tudo bem.

Ah! Uma observação é que a outra capa era bem mais bonita mimimi

“Estar em um relacionamento, isso é algo que você escolhe. Ser amigo, isso é simplesmente algo que você é.”13

 A Culpa É Das Estrelas

É difícil falar sobre algo que a maioria das pessoas já conhece. Fiquei empacada para colocar aqui a minha opinião sobre o livro mais ovacionado dessa lista, mas estamos aqui para isso.

Sempre que lê um folheto, uma página da Internet ou sei lá o que mais sobre o câncer, a depressão aparece na lista dos efeitos colaterais. Só que, na verdade, ela não é efeito colateral do câncer. É um efeito colateral de se estar morrendo.

A culpa é das estrelas foi o primeiro livro que li do Green (acredito que tenha sido a mesma coisa com a maioria de vocês) e o que me chamou atenção no momento da compra foi a capa que possuía uma frase do Markus Zusak que era o meu escritor favorito (por causa do livro a menina que roubava livros). Ele dizia o seguinte:

“Você vai rir, vai chorar e ainda vai querer mais”

E de fato isso aconteceu. Conheci a Hazel Grace e o adorável Augustos Waters e me apaixonei por eles, assim como Hazel se apaixonou por Augustus: […] do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra. (e me encantei mais ainda por ter referências ao filme V de Vingança – um dos meus favoritos!)

Eu nunca havia lido um livro que me tirasse o fôlego e que me deixasse acordada com um sentimento indecifrável no peito. Hazel é uma garota de dezesseis anos que luta contra um câncer desde seus doze anos (acho) e então ela conhece o professor titular no Departamento de Sorrisos Ligeiramente Tortos com duas cátedras no Departamento da Voz Que Me Deixa à Flor da Pele: Augustus Waters (ou simplesmente Gus). O adorável adolescente de uma perna só que tem medo de ser esquecido. O que eu amo no Gus é o fato de ele adorar ser adorado! (pois eu também sou assim).14

Em algumas partes achei a Hazel meio grossa, mas na maioria das vezes me identifiquei com suas palavras, tipo quando ela diz isso sobre o ciúme de compartilhar sobre o livro favorito dela: […] livros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição. Nesses momentos era possível enxergar Hazel com uma adolescente, assim como eu, como se não houvesse doença. Mas consegui me colocar no seu lugar e perceber melhor como ela se sentia depois do desabafo que fez para a mãe.

Eu sou tipo. Tipo. Sou tipo uma granada, mãe. Eu sou uma granada e, em algum momento, vou explodir, e gostaria de diminuir a quantidade de vítimas, tá?

Gostei de como os pais dela foram retratados e senti um pouco do sofrimento deles. Umas das partes que mais me emocionou no cinema foi ver o a relação deles mediante o sofrimento da filha.

Só tem uma coisa pior nesse mundo que bater as botas aos dezesseis anos por causa de um câncer: ter um filho que bate as botas por causa de um câncer.

ACEDE é um daqueles livros que te deixam com raiva por o mundo não ser uma fábrica de realização de desejos. Eu digitei um milhão de partes favoritas aqui, mas o post tá ficando gigante. Enfim… Leiam, é um livro apaixonante.

Preciso só compartilhar minha parte favorita rs

Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo o que fizemos voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você.15

BÔNUS: A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar

Esse livro não foi escrito pelo John Green, mas a introdução foi feita por ele. Eu quis colocá-lo aqui, porque é a história da Esther Grace Earl, a garota a qual Green dedicou A Culpa É Das Estrelas.

A personagem Hazel é muito diferente de Esther, e a história de Hazel não é a de Esther. A história de Esther pertencia a ela e, felizmente para nós, ela era uma escritora extraordinária, que conta essa história divina nessas páginas. Encontro consolo nisso, mas não se engane: ainda estou muito zangado por ela ter morrido. Ainda sinto falta dela. Continuo achando que perde-la é uma injustiça intolerável. E queria que ela tivesse lido A culpa é das estrelas.

O livro é dedicado Para todos os que desejam viver intensamente e amar profundamente, não importando o obstáculo ou a duração dos dias.

Fiquei emocionada com a doçura, esperteza e seu senso de humor. É um livro lindo, colorido e cheio de fotos dela com os amigos e a família, relatos que ela fazia em seu diário e seus desenhos. Apenas uma menina que era apaixonada por Harry Potter e isso explica a indignação do John em sua introdução. Há relatos da família, médicos e amigos que conviveram com essa estrela maravilhosa.

Só estou doente no corpo pelo tempo que Deus me quiser na Terra, e quando eu for para o céu vou entender que meu período na Terra era apenas parte do meu tempo, não todo. E que, no segundo em que Deus estiver pronto para que eu vá comemorar com ele, toda a doença vai embora. É isso que me dá esperança.

O que eu achei mais legal foi a sinceridade dos relatos, tive um pouco de dificuldade para comprar o livro pois achei que seria algo maquiado. Mas não, mostra que Esther teve seus momentos triste, como era a convivência com a família, o tratamento, enfim…

Então é… ultimamente venho pensando que, se e quando eu morrer, gostaria de passar por mais uma coisa normal de adolescente, que é beijar um garoto. =) E me sinto boba de pensar nisso, porque, entre querer passar mais tempo com a minha família e ficar mais próxima de Deus, tem essa vontade enorme de ter um primeiro beijo. Você pode não acreditar, mas quero uma porcaria de beijo. É uma coisa normal que eu talvez nunca tenha, mais uma coisa que vou perder. Suspiro.

Leitura maravilhosa e super indicada pra quem é fã de ACEDE 😉16 E então, readers!? Já leram algum desses títulos? Ficou curioso para ler algum? Espero que vocês tenham gostado!

Gostou? Compartilhe com os amigos:

...Navegue pelas Tags...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *