Acabou, galera? Dia 10 de abril foi ao ar o último episódio da primeira temporada de The Pitt, a série médica queridinha do momento (pelo menos, a minha).
A HBO Max trouxe uma nova aposta para se destacar em meio ao mar de séries médicas lançadas anualmente, como The Resident e a eterna Grey’s Anatomy. Lançada em 2025, The Pitt apresenta uma visão única e realista do universo hospitalar, trazendo uma abordagem mais crua e autêntica que se distoa das produções anteriores. A série se destaca por seus personagens profundos e uma ambientação caótica, digna de um departamento de emergência nos Estados Unidos. Com um retrato fiel da realidade dos hospitais americanos, The Pitt conquistou elogios da comunidade médica e de enfermagem, que reconheceram a precisão na representação da rotina exaustiva e dos dilemas enfrentados por profissionais da saúde.

Uma das principais diferenças de The Pitt em relação a outras séries do gênero é a visão mais realista das relações interpessoais, sem recorrer aos clichês de sexo ou picuinhas. Além das cenas gráficas e explícitas que não economizam na intensidade (não vou mentir o parto normal me pegou de surpresa e me assustou pelo resto da vida), a série se distingue ao mostrar que, no caos de um hospital, os vínculos humanos são muito mais complexos e profundos. Afinal, os profissionais de saúde de The Pitt mal conseguem encontrar um momento de paz para fumar, quanto mais se envolver em casos de romance furtivo na sala de radiologia. A autenticidade nas relações é um dos pontos altos, criando uma dinâmica mais crível e menos dramatizada.
Infelizmente, seguindo a (porca) tradição de liberar apenas um episódio por semana — uma estratégia que, sinceramente, nunca me desceu — a HBO repetiu a fórmula já conhecida por nós, viúvas da última temporada de Game of Thrones. Sim, aquela mesma que foi nos decepcionando em pequenas doses semanais, como quem aplica vacina vencida de expectativa. Porém, diferentemente das microdoses semanais de decepção que tivemos com Game of Thrones, em The Pitt a qualidade só subiu a cada semana — e sem tropeçar. Cada caso apresentado, por mais absurdo que pareça, carrega aquela sensação incômoda de “isso com certeza já aconteceu em algum hospital por aí”. Tudo é tratado com respeito, precisão e um nível de realismo que chega a assustar.
Sinceramente? Se o elenco todo não fosse composto por gente lindíssima, eu juraria que estava assistindo a um documentário do Discovery Channel.
Melhores personagens (na minha opinião):
Dr. Michael “Robby” Robinavitch (Noah Wyle)
Todos sabíamos que Noah Wyle ia entregar uma atuação de peso — afinal, estamos falando do eterno Dr. John Carter de E.R.: Plantão Médico (1994), um dos personagens mais icônicos e charmosos da TV médica. Nessa casa, inclusive, não passamos pano pro Dr. Shepard (Grey’s Anatomy que me perdoe, só que não). Mas o homem foi além, em The Pitt, ele nos abençoou com uma performance tão absurda de boa que, a essa altura, eu honestamente já o considero um médico de verdade. Se minha pressão cair, quero ele como meu médico de emergência (com todo respeito aos paramédicos).
Dana Evans (Katherine LaNasa)
A nossa rainha absoluta da Emergência. Enfermeira-chefe, líder da porra toda e aquela que a gente obedece até no silêncio. Toda vez que ela aparecia na tela, minha cabeça automaticamente tocava “Diva”, da Beyoncé — e com razão, porque a presença dela é a trilha sonora. Dana carrega o salão com uma autoridade quase (muito) maternal, um ícone que, se fosse real, eu chamaria pra ser minha responsável de emergência e minha terapeuta ao mesmo tempo. O soco que ela levou? Não sairá impune. A nossa diva só queria fumar em paz — um luxo que claramente ninguém tem direito naquele caos — e foi recompensada com agressão. #JustiçaporDana
De todo modo, a querida aguentou muito e ainda foi simpática. Teve soco, teve aborto (fiquei abaladíssima pela Dr. Collins), teve drogas, tiroteio e mesmo assim, Dana continuou sendo o pilar daquela emergência. Merece tudo e muito mais, nossa musa Derby.
Whitaker (Gerran Howell)
Nosso querido galês, que de caipira do Nebraska tem absolutamente tudo. A atuação dele é tão boa que eu nem percebi o que o ator tem o sotaque britânico nas falas — e olha que costumo sacar esses detalhes. Sendo bem sincera, é um crush mais realista pra minha idade do que o Dr. Roby (com todo respeito ao charme experiente).
O nosso fazendeiro estudante de medicina passou por um batismo de fogo daqueles. No primeiro dia na emergência ele enfrentou de tudo: o primeiro óbito, sangue, xixi e um palhaço. O coitado trocou de roupa — o famoso scrub — mais vezes durante o plantão do que eu troco de look num fim de semana inteiro. Mesmo depois de comer, mastigar e vomitar o pão que o diabo amassou, Whitaker continuou firme e forte (e extremamente fofo) durante o seu plantão.

Dr. Melissa King (Taylor Cranston)
Eu amei ela cantando o rap de “Savage”, da Megan Thee Stallion, como se fosse um mantra de afirmação pessoal no meio do caos. Uma verdadeira queen neurodivergente. O modo como ela encara o colapso constante da emergência e ainda consegue se conectar com cada paciente ao redor é de uma delicadeza absurda — e, vamos ser honestos, ela é uma fofa.
Tão boa atriz e tão cativante que a gente até esquece que ela é nepobaby (a melhor do ano, diga-se de passagem). A construção da relação entre ela e Langdon (vivido por Patrick Ball) como mentor e aprendiz também é um acerto enorme — é genuína, emocional e cheia de camadas, sem cair no clichê (saiam daqui, moscas do romance).
Considerações finais sobre o último episódio da primeira temporada de The Pitt (com direito à renovação confirmada pra segunda temporada — yay mesmo)
Ok, vamos por partes, porque meu coração ainda não estabilizou e eu estou escrevendo isso enquanto ouço Dr. Robby andar para o infinito ao som de Baby do Robert Bradley’s Blackwater Surprise! (quem sabe faz ao vivo)

O último episódio fecha o arco dos pacientes atendidos durante o massacre no Pitt Festival — um evento que trouxe à tona cicatrizes emocionais em todo mundo (e na gente também, que só estava assistindo). O impacto é sentido de forma pesada por todos os personagens principais, cada um à sua maneira tentando lidar com o trauma, a culpa e a exaustão. Mas como diria qualquer chefe de plantão: a emergência não fecha. E enquanto alguns ainda estão digerindo tudo o que aconteceu, o fim do expediente chega, o turno da noite assume e a rotina — ou o que sobrou dela — precisa continuar.
Alguns pontos marcantes — sem entregar tantos spoilers — merecem destaque nesse encerramento de temporada. Langdon segue em negação total quanto ao uso e desvio de medicamentos para consumo próprio, mesmo com a oferta de ajuda do Dr. Robby. Este que, finalmente, tem sua grande descarrilada emocional — e sejamos justos, depois de tudo o que aconteceu, quem não teria?
Já Dana, nossa rocha emocional e bússola moral do E.R., se vê tomada por dúvidas profundas sobre seu futuro na emergência. A possibilidade de se aposentar, que até então parecia uma escolha distante, agora pesa como nunca.
Um ponto que não posso deixar passar é o arco de redenção da Dra. Santos. Sim, ela tem (todos os) defeitos, mas sua trajetória encontra uma virada belíssima no final. Sua forma de lidar com o jovem após a tentativa de suicídio é uma das cenas mais sensíveis da temporada. E, como se já não tivesse feito o suficiente, ainda oferece o seu quarto extra pro nosso pobrinho favorito, Whitaker. Um gesto simples, mas cheio de significado — principalmente vindo dela.
E por fim, Dr. Jack Abbot (Shawn Hatosy). O que eu não daria pra começar todos os meus dias com uma pep talk dessa: “You rocked that shit down there tonight.” O homem é simplesmente um guerreiro 100% terapeutizado e foi o ombro amigo que o Dr. Robby precisava. Quando no final do plantão, ele diz que volta no próximo dia antes do horário, e que se sente confortável na escuridão, eu me senti pessoalmente atacada e abraçada. Minha terapeuta que lute. A amizade entre os dois médicos seniores é um respiro necessário no caos do ER, e sinceramente, quero muito mais disso na próxima temporada.
No geral, The Pitt entregou uma temporada absurda. E se isso tudo não te deixou com uma pulguinha atrás da orelha pra prestar medicina… você assistiu errado.

Segunda Temporada
Ainda não temos muitas informações sobre o elenco da nova temporada, mas já sabemos de dois detalhes que deixam qualquer fã com a pulga atrás da orelha (e o coração na mão): a trama vai se passar durante um dos maiores feriados dos Estados Unidos — o 4 de Julho, o famoso Dia da Independência — e a estreia está prevista para janeiro de 2026.
Não está claro ainda se esse último episódio foi um adeus definitivo aos personagens que aprendemos a amar (e sofrer junto), ou só uma pausa dramática antes de mais caos. O que dá pra esperar, com toda certeza, é que a segunda temporada mantenha o nível absurdo de excelência que a primeira entregou — em roteiro, direção, atuações e aquele toque de desespero emocional do jeitinho que o Pitt gosta. Agora é só esperar ansiosamente e torcer para que a próxima temporada seja tão incrível (ou até mais) que a primeira, de qualquer forma estarei aqui para dar meu pitaco.
Que venham os Emmys!
Respostas de 4
Eu adoro série médica. Vou por essa na lista!!
Eu garanto que essa vale cada minuto!
Recomendei para a patroa.
Parabéns pelos artigos de séries e filmes. São extremamente bem articulados e divertidos de se ler e absorver.
Obrigadaa, ótima série para assistir junto, e agora que todos os capítulos estão disponíveis fica muito mais fácil dar aquela maratonada!