The Callisto Protocol – Vale a pena em 2025?

Em meio a janela de lançamentos extremamente agitada anual eu costumo pegar jogos dos quais eu venho deixando de lado para finalmente tirar parte deles da fila. Claro, eu joguei The Callisto Protocol no Playstation 4 em 2022. E claro, eu estou ciente das polêmicas relacionadas tanto ao escopo do jogo como da relação conturbada de Glenn Schoefield com suas afirmações um tanto quanto polêmicas afetando a comunidade e a Krafton. E claro, da dificuldade do jogo engrenar mediante um lançamento problemático. Mas meu amigo leitor hoje estou aqui não pela polêmica mas pelos fatos. The Callisto Protocol vale o seu tempo em 2025?

História

No ano de 2320 a humanidade finalmente alcançou as estrelas e começa a sua expansão pelo espaço sideral. Você joga no Papel de um piloto de naves chamado Jacob Lee. O ator Josh Duhamel dá vida ao personagem do jogo. Em meio a entrega de uma carga a uma colônia penal chamada Ferro Negro que se situa na lua de callisto em júpiter sua nave é abordada por indivíduos desconhecidos . Após uma aterrissagem forçada , Jacob se vê em um pesadelo sem precedentes . A prisão aparentemente esconde segredos terríveis e uma espécie de infecção afetou a maioria de seus prisioneiros e funcionários. Cabe a você sobreviver e desvendar os segredos dessa colônia penal

Confesso que a história me agradou bastante. O jogador começa simplesmente sem saber o que se passou na prisão e através de diários espalhados nos cenários, simulações visuais do diretor da prisão e implantes retirados de cadáveres o quebra cabeça vai se montando. Você vai interagir com outras pessoas e junto de suas histórias parte para tentar sair desse inferno em que se meteu.

A história é em parte um clichê daqueles filmes de terror mas sua narrativa é muito bem contada. Temos ainda bons atores como Sam Witwer , Dani Nakamura e Zeke Alton que engrandecem a obra e entregam atuações muito boas. Acho que o que realmente incomodou é o fato do epílogo ser deixado para o conteúdo em DLC chamado de Final Transmission. Isso inclusive foi motivo de muito protesto na época enterrando qualquer interesse dos jogadores na franquia. Uma pena.

Gráficos, som e ambientação

Os gráficos de The Callisto Protocol são muito bons para os modelos atuais. Há muitos detalhes nos modelos de personagens e acho que as feições são ótimas e transmitem emoções com muita facilidade. O gore em geral e o design das monstruosidades que você enfrenta são todos de alta qualidade e pra mim mostram o talento de Glen Schoefield em criar monstruosidades. É notória a qualidade dos cenários também. Faltou variedade aos ambientes? Um pouco, mas, é possível afirmar que a parte gráfica de Callisto ainda é consistente o bastante para manter o jogo atual. Destaque para o patch gráfico gratuito para o console PS5 PRO e o comprometimento do estúdio em reacender o interesse no jogo.

Os sons e músicas são seu ponto mais alto junto da parte gráfica. Andar pela colônia penal é extremamente inquietante. Tubulações barulhentas, passos ao fundo, gritos, inimigos rastejando e correndo até você…o trabalho do estúdio Striking Distance é primoroso. Obviamente que você tem de jogar a obra com fones. Tudo no jogo no que tange a sonografia é maravilhoso. A trilha é rara mas quando acontece cria um clima condinzente. Destaque para a trilha Lost Again que foi feita especialmente pro jogo e é cantada por Kings Elliot . Ouçam e comprovem!

Jogabilidade

Aqui vai um pouco da polêmica inicial com o jogo. A mecânica de combate é impiedosa e dá pouquíssima margem para erros. Você precisa esquivar de ataques inimigos apertando para o lado esquerdo e direito o analógico direcional. O problema é que quando se enfrenta milhares de inimigos na tela é comum você se enrolar ou tomar dano a toa. Esquivou pro mesmo lado? DANO. Atacou um inimigo na animação de ataque do mesmo? TOME-LHE DANO. O jogador tem uma curva de aprendizado relativamente longa para captar o timing e acertar nos diferentes cenários e abordagens contra inimigos você acaba por sofrer muito e precisa realmente masterizar os movimentos de Jacob. Há o bastão de choque para ataques físicos. Ele é feito para te ajudar a poupar munição e é em grande parte o núcleo de ação do jogo. É muito satisfatório atacar inimigos com ele enquanto esquiva loucamente das investidas inimigas. O armamento é clássico e comum : Pistolas, escopetas e rifles de assalto. EM resumo, nada do que você não tenha visto em outros jogos por aí. Entenda uma coisa, The Callisto Protocol tem uma jogabilidade divertida mas que consegue ser igualmente frustrante em alguns pontos. Até entendo que colocar esquivas ajude a diferenciar de outros jogos mas quando essas mecânicas podem interferir na sua diversão mediante a frustração que elas podem causar fica aqui minha ressalva. E a cereja do bolo : Inimigos sofrem mutações em trechos mais a frente e ficam ainda mais poderosos. A solução de impedir? Atirar em seus tentáculos. Só isso? Não senhor, pode piorar : Você precisa PISAR NO CADÁVER do infectado. Caso não o faça ele irá se levantar ainda mais forte. The Callisto Protocol vai exigir seus 100% como lutador e jogador mesmo na dificuldade convencional .

Parte técnica

Não tive nenhum crash ou bug de progressão. O jogo correu a 60 fps a maior parte do tempo com quedas bem ocasionais em trechos específicos. O único bug visual que tive durante as 10 horas de campanha foi esse : Um inimigo sumiu enquanto o enfrentava e só ficou uma espécie de tentáculo para eu poder atacar. Atualmente o jogo se encontra em estado aceitável para jogar e de acordo com as expectativas dos jogadores não decepciona.

E a DLC Final Transmission?

Um conteúdo mediano que poderia ter sido muito melhor. Há uma espécie de inimigo novo resistente e com alta taxa de danos tornando a jornada quase impossível na dificuldade alta e o chefe final é incrivelmente anti clímax. Quem gostou do jogo vai se divertir e ajuda o fato dela ser obviamente mais direta que a campanha regular. Ela dura algo em torno de 2 horas e meia e tem um epílogo muito bom. Contudo, acho a DLC um nível abaixo do jogo principal. É o tipo de situação constrangedora que uma falta de estrutura e feedback em um estúdio grande pode acontecer quando o lucro é colocado a frente da comunidade e o epílogo é vendido a parte para gerar migalhas. Krafton vacilou muito com a Striking Distance e a comunidade. Uma pena.

Considerações Finais

The Callisto Protocol é um caso controverso. Polêmicas de crunch no desenvolvimento relatadas por Glen Schoefield e as declarações sobre os serviços populares de assinatura afastaram algumas pessoas na época do lançamento . Ainda assim , um preço mais convidativo nas lojas em promoções ( ele está atualmente 32 reais via steam com a DLC inclusa ) valem sua tentativa com toda a certeza apesar da jogabilidade mais punitiva. Com belos gráficos e uma ambientação inquietante e claro, parte sonora impecável , The Callisto Protocol ainda respira. Talvez seja tarde para uma sequência mas no fim resta torcer que um dia a Krafton junto do estúdio Striking Distance possam reviver a obra e nos dar o survival – horror definitivo que esperávamos.

Sobre o autor: Bruno Castelar é fã de bons videogames, séries e filmes. Acredita que nem tudo que consome tem que ser um ensinamento de vida ou algo perfeito. Fã de Castlevania, Jim Carrey e comédia pastelão.
Agradecemos a ele pelo conteúdo e parceria!!

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