Seguindo a notícia quentíssima do lançamento de Resident Evil 9: Requiem, eu não podia começar esse quadro com outra franquia. Se é pra revisitar, que seja com o mais icônico, o mais amado, o mais amaldiçoado pelas adaptações cinematográficas (sorry, Mila Jovovich) — Resident Evil.
A franquia que moldou o gênero do survival horror e pavimentou o caminho para tudo que hoje chamamos de jogo de zumbi. Ela foi a que me apresentou o conceito de zumbis com lógica própria, puzzles bizarros de difíceis, sprays milagrosos e baús de inventário interdimensionais. E para uma informação totalmente desnecessária, eu era a Marie Kondo da organização de baús!
Resident Evil foi — e sempre será — minha franquia preferida de jogos de terror. E apesar dos tropeços, personagens e subplots, experimentações questionáveis (te olhando, RE6), e adaptações pra lá de duvidosas, a Capcom conseguiu manter uma trajetória sólida, inovando quando necessário e voltando às raízes quando mais precisava.
Minha história com Resident Evil
A primeira vez a gente nunca esquece, e a minha foi com um DS na mão e 6 anos de idade. Sim, foi Resident Evil: Deadly Silence (2006), o remake portátil do primeirão. Eu mal sabia ler, mas sabia muito bem que estava faltando aula com a desculpa de “estar doente” só pra jogar esse negócio escondida no quarto. Esse jogo foi meu companheiro fiel em várias viroses fictícias.
Depois disso, Resident Evil virou praticamente uma missão pessoal. Joguei cerca de 75% dos jogos lançados até hoje — alguns nos meus próprios consoles, outros emprestados de primos, e alguns (ainda) só assistindo gameplay mesmo. Mas um dia chego nos 100%, eu prometo!
Agora… a memória mais viva e caótica que tenho é Resident Evil 4 (2005) no Wii. Aquela pistola de plástico onde encaixávamos o controle me fazia sentir uma verdadeira girlboss apocalíptica. Era eu, Leon, e uma abuela ao fundo reclamando do nível de violência enquanto fazia o almoço. “Que tipo de jogo é esse que seu pai compra?”, ela sempre resmungava alto. E eu, com 7 anos, rindo descontroladamente na sala enquanto explodia cabeças de zumbi, completamente insana. Acho que foi ali que ela teve certeza absoluta de que eu tinha uns parafusos soltos.

Tenho boas lembranças de passar férias inteiras repetindo o mesmo ritual: esperar o programa Mais Você acabar, perguntar se podia jogar depois, e ouvir minha abuela reclamar do sangue na TV enquanto fingia que não estava acompanhando.
E quando tristemente empacava (como na infame luta contra o boss Ramon Salazar), apelava para o reforço de elite: meu primo mais velho. Era quase uma central de atendimento gamer da família — ele me explicava pacientemente os puzzles e as estratégias, enquanto eu gritava com o controle tentando atirar em tudo que se mexesse.
Nota de repúdio a Salazar: você me deu mais dor de cabeça que meu TCC e uma tendinite fantasma até hoje.
A queridinha do apocalipse
Ok, saindo do túnel do tempo direto pra ficha técnica:
Resident Evil nasceu em 1996 pelas mãos da Capcom, com direção de ninguém menos que Shinji Mikami, o criador que transformou corredores escuros e ângulos de câmera fixos em puro terror atmosférico. O primeiro jogo foi lançado para PlayStation 1 e é considerado o marco zero do gênero survival horror como conhecemos hoje.
De lá pra cá, foram dezenas de jogos, remakes, spin-offs, animações, filmes, reboots e um fandom levemente traumatizado — mas absolutamente fiel. E agora, com a chegada de Resident Evil 9: Requiem anunciada para fevereiro de 2026, o hype está de volta e em nível crítico.
Sobre a trama de Resident Evil
Bom, se você nunca ouviu falar de Resident Evil (primeiramente: você tá bem?), mas tudo bem porque, como sempre, por aqui a gente começa do começo.
A franquia gira em torno de um conceito simples, porém absolutamente caótico: zumbis, corporações do mal (eu culpo o capitalismo) e gente com armas tentando não morrer. Mas calma, tem MUITO mais.
A história começa com a misteriosa Umbrella Corporation, uma empresa farmacêutica aparentemente respeitável, mas que na real tá metida até o último fio de cabelo com experimentos biológicos ilegais — entre eles, o famigerado T-Virus, que transforma humanos (e outros seres vivos!) em criaturas grotescas e famintas por carne.
A coisa desanda quando esse vírus vaza (spoiler: tal qual nosso CPF, sempre vaza) e transforma cidades inteiras em zonas de guerra. A franquia começa em Raccoon City, uma cidade fictícia onde o caos toma conta, e seguimos diferentes personagens ao longo dos jogos — desde policiais da S.T.A.R.S. (tipo Jill Valentine e Chris Redfield), até agentes especiais como Leon S. Kennedy (o reizinho) e sobreviventes como Claire Redfield e Ethan Winters.
Ao longo dos jogos, a trama vai evoluindo de um simples “atire nos zumbis” para um verdadeiro novelo de teorias da conspiração, guerra biológica, seitas secretas, empresas competidoras da Umbrella, clones, mutações bizarras e armas biológicas que fariam até o Hideo Kojima dizer “ih, passou do ponto”. Mas o mais impressionante é que, apesar de tudo, a franquia consegue se manter coesa (na maior parte do tempo, né) e cria um universo super rico e viciante de acompanhar.
PS. Já que citei o Kojiminha, tenho que confessar, queria muito ver o querido dirigindo um jogo da franquia, é o meu sonho!
A beleza de Resident Evil tá aí: ele começa como um jogo de terror de sobrevivência, cheio de tensão, puzzles e escassez de munição — e aos poucos vira um épico de ação, mistério e criaturas absolutamente insanas. Tudo isso com uma galeria de personagens marcantes, frases icônicas (shoutout pro “Where’s everyone going? Bingo?” – Kennedy, Leon) e cenas que grudam na memória (e no trauma também).
E é por isso que, mesmo depois de tantos anos, continua sendo a franquia de terror número 1 no coração dessa que vos escreve. Porque Resident Evil é muito mais do que zumbi: é sobre caos corporativo, superação, susto, bala, e aquela sensação de “meu Deus, o que foi isso que eu acabei de jogar?”.
Resident Evil e suas polêmicas dignas do selo de confiança Umbrella Corporations
“Resident Evil 6 é mesmo TÃO ruim?
A resposta é: depende de como anda sua tolerância a ação desgovernada, quick time events a cada cinco segundos e um roteiro que parece ter sido escrito por cinco pessoas que nunca se falaram. RE6 tentou abraçar o mundo (e spoiler alert: não conseguiu) — é tiroteio frenético, motoca, avião, zumbi-dinossauro, sei lá mais o quê — e acabou meio perdido. Mas tem quem ame! É o Velozes e Furiosos do RE, com explosão e confusão (Eu pessoalmente gosto de Velozes e Furiosos, então Alexa pode tocar Tokyo Drift).
“Ethan Winters têm carisma de pão francês?”
É um consenso não oficial. Muita gente acha que o Ethan, protagonista de RE7 e RE8: Village, é meio… sem sal. Um personagem que grita “Mia!” e perde mão, dedo, moral, dignidade, tudo isso com a empolgação de um atendente de cartório. Mas aí vem a polêmica: tem quem defenda dizendo que isso é de propósito, que ele é o “avatar do jogador” num terror em primeira pessoa. Se isso convence? Aí vai de cada um. Eu só queria que ele tivesse um pouco mais de vontade, o cara nasceu com -5 de carisma — ou pelo menos uma terapia em dia.
“As adaptações live-action: precisa mesmo, Capcom?”
Doeu só de lembrar, né? Resident Evil tem uma das piores relações com adaptações live-action da história dos games. A série de filmes com a Mila Jovovich é amada por uns, odiada por muitos, e 90% fanfic — e a série da Netflix? Um misto de caos, CGI duvidoso e vergonha alheia. Ainda tô processando o Wesker vestido igual ao Blade.
E aqui, meus queridos leitores, vou abrir meu coração: sou uma pessoa absolutamente vocal contra qualquer tentativa de live-action. TODAS. SEM EXCEÇÃO. O live-action, para mim, é o cup noodles do entretenimento gamer — pode até matar a fome, mas nunca é a refeição de verdade. Não adianta ter orçamento se não tem alma (e respeito pelo material original). Honestamente, depois dessas tentativas, só quero que alguém passe álcool em gel na franquia e recomece do zero — nas animações, no máximo, um obrigada por fazer o mínimo (Resident Evil: Vendetta (2017) pelo menos me garantiu algumas boas risadas pelas absurdices).

Meus Top 3 Resident Evil (com cheiro de infância e um pouquinho de trauma)
🥇 Top 1 – Resident Evil 1 (2002)
A cena do corredor com o cachorro foi de arrepiar — assustadora de verdade, daquelas que grudam na cabeça e fazem você pensar duas vezes antes de apagar a luz. Eu era só uma criança e aquele momento virou um marco na minha vida gamer (e no meu sono). A mansão, os puzzles, a música — tudo conspirava pra te deixar em pânico. Simplesmente, o terror raiz.
🥈 Top 2 – Resident Evil 4 (2005)
A arma de brinquedo do Wii deu toda a vibe pro jogo, tenho que admitir. Matar zumbi com aquilo em mãos foi uma experiência que moldou minha personalidade. Eu levava esse jogo a sério demais. O remake é absurdo de bom também!!!
🥉 Top 3 – Resident Evil 2 Remake (2019)
Não tem como, né? A delegacia de Raccoon City é outro nível. O clima, os sons, os sustos… e Leon, com aquela cara de estagiário em seu primeiro dia no inferno. O remake conseguiu ser fiel e inovador, um equilíbrio que poucos conseguem. Um clássico reimaginado com maestria.
✨ Menção Honrosa – Resident Evil: Revelations (2012)
Subestimado e injustiçado!!! O clima claustrofóbico no navio é chef’s kiss. Muita gente torce o nariz, mas pra mim é um jogo com uma ambientação incrível, tensão constante e um ritmo que te prende. Merecia mais amor.
O futuro está (quase) entre nós — o que esperar de Resident Evil em 2026??
Se 2025 já me deixou ansiosa com tantos anúncios, 2026 promete ser um verdadeiro buffet de emoções para nós, fãs de Resident Evil.
A começar por Resident Evil 9: Requiem, que tem lançamento marcado para fevereiro de 2026. As expectativas estão altíssimas — e não é pra menos. Tudo indica que o novo título será uma volta às origens da franquia, com atmosfera de horror mais densa e (torcendo aqui!) um retorno à clássica perspectiva em terceira pessoa. O trailer já deu o que falar, apresentando Grace Ashcroft, filha da repórter Alyssa Ashcroft, uma das protagonistas de Resident Evil: Outbreak. Essa conexão com o lore mais “nichado” do universo RE foi um aceno direto aos fãs mais dedicados.
E como se não bastasse, os rumores (e algumas pistas visuais) da possível aparição de Leon e Jill fizeram os corações mais nostálgicos baterem mais forte. A ambientação? Racoon City, minha gente. Com os visuais da nova geração, revisitar esse cenário icônico pode trazer aquele gostinho de Resident Evil 2, mas com uma roupagem moderna e, quem sabe, ainda mais sombria.
Se a Capcom acertar a mão — e o hype diz que sim — Requiem pode ser o capítulo que amarra narrativas, honra o passado e ainda dá um novo gás para o futuro da franquia.
Mas não para por aí. Também foi anunciado um novo reboot cinematográfico da franquia, com estreia marcada para 18 de setembro de 2026. E aqui vem a parte que me fez parar de roer as unhas por cinco minutos: Zach Cregger, o diretor de Noites Brutais, assume a direção, com roteiro dele em parceria com Shay Hatten (John Wick 3, Army of the Dead). Será que dessa vez, finalmente, teremos uma adaptação decente? Provavelmente, talvez, não sei mas… confesso que a curiosidade me pegou muito(Se o Leon tiver cara de boy do TikTok, eu saio na hora.)Seja nos jogos ou nas telas, Resident Evil segue provando que ainda tem muito o que contar — e talvez, quem sabe, uma chance de se redimir em outras mídias. Só sei que estarei aqui, esperando para ver e comentar/ criticar tudo com vocês!
Considerações Finais
Entre tiros, sustos e zumbis que insistem em não morrer, RE moldou boa parte do que eu amo nos games hoje. E mesmo com seus tropeços (Paul W. S. Anderson, tu tá jurado por aqui!), é uma franquia que segue firme, inovando e abrindo caminho para o terror continuar ocupando seu lugar de destaque.
Agora quero saber de vocês, leitores: qual foi o primeiro Resident Evil que vocês jogaram? Já passaram raiva com puzzle doido? Tem alguma lembrança bizarra e querida com a franquia? Me contem nos comentários — e se alguém mais jogou Deadly Silence no DS, vamos fundar um fã-clube imediatamente.
Nos vemos no próximo Revisitando Franquias — e lembrem-se: não entrem em mansões abandonadas, especialmente se tiverem cachorros pulando pelas janelas.
Uma resposta
R.E. 1 é, sem dúvidas o melhor de todos pela nostalgia e por todo o resto.
Comer plantinhas duvidosas, levar susto jogando escondido. Cream de la cream