A Gamescom Latam 2025, que aconteceu entre 30 de abril e 04 de maio no Distrito Anhembi, não foi apenas um grande encontro para os fãs de videogames, foi também um importante marco para a acessibilidade e inclusão no universo gamer. O evento trouxe um olhar verdadeiramente estruturado e colaborativo para garantir que jogadores com deficiência pudessem vivenciar a feira com autonomia, conforto e dignidade.
Um evento mais acessível para todos
A organização da feira investiu fortemente em infraestrutura acessível:
- Pavilhão plano com rampas e elevadores facilitando a locomoção;
- Banheiros adaptados;
- Cadeiras de rodas disponíveis gratuitamente para empréstimo;
- Filas preferenciais e atendimento prioritário;
- Meia-entrada garantida para PCDs e acompanhantes.
Além disso, um dos destaques mais significativos foi o “ingresso social”, uma categoria que direcionava parte do valor arrecadado para a ONG AbleGamers Brasil, uma das grandes protagonistas da acessibilidade no evento.

Estande da AbleGamers Brasil: referência em acessibilidade
O estande da AbleGamers Brasil foi apontado como um dos mais inclusivo da feira. A ONG, dedicada a tornar os jogos mais acessíveis para pessoas com deficiência, organizou, em parceria com a EntreNÓS inclusão de eventos, um espaço que não apenas informava, mas também convidava o público a experimentar:
- Totens de audiodescrição e tradução simultânea em Libras (em parceria com o app ICOM);
- Sala de descompressão para pessoas neurodivergentes, com recursos sensoriais e psicólogo disponível durante todo o evento;
- Comunicação alternativa com placas de sinais e tablets adaptados;
- Empréstimo de abafadores e fidget toys;
- Entrega de abafadores descartáveis;
- Jogos testáveis com controles adaptados (Xbox Series, PS5 e PC);
- Computadores com softwares de acessibilidade.

Parceria entre Beplay e Claro: inclusão na palma da mão
Na Gamescom Latam 2025, a Beplay desempenhou um papel fundamental na promoção da inclusão. Em parceria com a Claro, patrocinadora do evento, a empresa, que já é responsável pela acessibilidade de grandes musicais e eventos, trouxe profissionais em libras e audiodescrição, para pessoas com deficiência, além de oferecer abafadores, fidget toys e óculos com lente colorida para auxiliar pessoas neurodivergentes durante evento.

Copa PcD: o eSport é de todos
Outra iniciativa poderosa foi a Copa PCD, organizada em conjunto com a Red Button e a própria AbleGamers Brasil. A competição foi focada exclusivamente em jogadores com deficiência, promovendo inclusão também no cenário competitivo.
Realizada na arena de e-Sports patrocinada pela Claro e apresentada por Machadinho e Suuhgetsu, a iniciativa proporcionou uma plataforma para que esses atletas demonstrassem suas habilidades e paixão pelos jogos, reforçando o compromisso do evento com a diversidade e a representatividade no cenário dos games. O torneio foi mais do que um show de habilidades, foi uma afirmação de que o espaço gamer é e deve continuar sendo plural e representativo.

Um novo padrão para eventos gamer
A Gamescom Latam 2025 deu um passo à frente ao demonstrar que acessibilidade não é um “extra”, é um direito. E mais do que isso, é um ganho coletivo. Ao tornar o evento mais acessível, a feira se torna mais rica, diversa e humana.
Que esse modelo seja referência para outras edições e eventos culturais no Brasil e no mundo. Porque o jogo só é realmente justo quando todos podem jogar.
Respostas de 6
Como seria maravilhoso se todos os eventos tivessem essa preocupação!
Seria mesmo. Mais pessoas podendo aproveitar a experiência.
Seria bom se tudo fosse verdade. A sala era de acolhimento, minúscula, não era de descompressão, ela recebia todas as demandas do evento. Não havia fila preferencial, era necessário sempre falar com.os staff e em muitos stand o direito foi negado. Inclusive teve staff sendo capacitista.
Eu sinto muito pela sua experiência mas, como pessoa autista, resolvi falar sobre minha experiência pessoal dentro do evento, ao qual fui os 5 dias.
As 2 vezes em que precisei da sala de descompressão ela estava vazia e fui muito bem acolhida.
Realmente na maioria dos espaço não havia sinalização de preferencial mas ao falar com as pessoas que organizavam as filas eu fui prontamente encaminhada. Detalhe importante: eu não estava com credencial de imprensa e nem de creator, eram credenciais normais.
Espero que o seu comentário sirva de feedback pro evento melhorar mais a cada edição!
Também sou autista, na vez em que fui tinha uma criança perdida, uma outra pessoa e dois autistas que foram usar deram meia volta. Fui em outros momentos usar e estava lotada, q sala era de acolhimento, então recebia todos os BO. Fui em 4 dias no evento.
Negaram atendimento preferencial, impediram ter acompanhante, staff falando mal da Lei de inclusão com participante.
Coisas que não passei na CCXP, por exemplo, onde eles identificam os preferências e a maioria dos stand tem fila identificada sem constrangimento.
Novamente sinto muito pela experiência ruim. Por ambos os eventos serem do grupo omelete, deveriam ser experiências parecidas nesse quesito, né?!
Eu nunca fui à CCXP, então não tenho esse comparativo. Mas que sirva de exemplo para que eles melhorem cada vez mais a acessibilidade no evento.