“Toss a coin to your Witcher, oh valley of plenty…” — então bora abrir a carteira aí, rapaziada, porque hoje o post vem com poções, espadas, dilemas morais e muito monstro feio!
Sejam bem-vindos a mais um Revisitando Franquias, aquele momento da semana em que eu tiro o pó dos meus saves antigos e levo vocês para mundos que marcaram minha vida gamer. E hoje… hoje a coisa é séria. Vamos falar de The Witcher — sim, a franquia que fez meio mundo querer andar com duas espadas nas costas, falar com sotaque europeu e duvidar da própria moralidade a cada decisão.

Antes de tudo, uma curiosidade: sempre que escrevo um dos Revisitando, eu gosto de realmente voltar ao jogo — pelo menos um deles (dessa vez foi o The Witcher 3) — para reviver a vibe da franquia de verdade. E enquanto escrevo, costumo ouvir a trilha sonora, ou deixar algum filme/série do universo rolando no fundo. É o meu jeitinho de entrar no clima, e acho que vocês merecem textos que venham desse lugar de imersão total.
A jornada de Geralt de Rívia é densa, cheia de nuances, política, magia, monstros, e sim, romance (ou caos romântico, se você for do tipo que joga com o coração e não com a cabeça). Uma franquia que atravessou livros, jogos e até séries (com opiniões divididas, eu sei, calma que a gente chega lá).
Pega tua poção com nome esquisito (Ekimmara!), dá uma olhada se o óleo espectral tá aplicado na espada de prata, e vem comigo — porque o Continente está chamando.

Minha história com The Witcher
Por incrível que pareça, meu primeiro contato com o universo de The Witcher não foi pelos jogos — mas sim pelos livros. Sim, minha gente. Lá estava eu, na minha busca anual em sebos (meu rolê cultural favorito), lá pelos idos de 2016 — meu último ano do ensino médio, quando me deparei com um livro que parecia ter sido feito pra mim: capa com um homem forte espadaúdo, bradando uma arma branca longa e ainda mais com o título “O Último Desejo” estampado com orgulho, é óbvio que eu tinha que levar para casa. O autor? O ainda desconhecido (pra mim) Andrzej Sapkowski, nome que na época eu mal conseguia pronunciar, mas que hoje figura na minha prateleira com carinho.
Como já era fã de carteirinha de fantasias mais encorpadas tipo Senhor dos Anéis, Eragon, As Crônicas de Gelo e Fogo e Duna, foi natural devorar aquele livro e todos os outros da saga do tal “bruxo”. A escrita sarcástica, o clima sombrio e as tramas políticas e místicas me fisgaram não só no mundo literário.
E, como todo bom vício, uma coisa leva à outra. Logo estava eu atrás dos jogos — e foi aí que me apaixonei por outro lado do universo de The Witcher. Mesmo sem ser uma adaptação 100% fiel aos livros, os jogos se sustentam com tranquilidade, carisma e aquele charme bruto do nosso bruxo garboso, o lendário Geralt de Rívia.

Sobre a trama de The Witcher
A saga acompanha Geralt de Rívia, um bruxo, que passou por mutações para se tornar um caçador de monstros profissional. Isso significa que ele tem reflexos sobre-humanos, uma cara sempre emburrada e um código moral que ele insiste em seguir (mesmo quando tudo está desmoronando ao redor).
A trama mistura política, magia, guerra, filosofia, racismo, amor, destino e caos. E, no meio disso tudo, Geralt tenta só… sobreviver. E talvez achar um pouco de paz (spoiler: quase nunca consegue).
Junto dele estão personagens marcantes como a poderosa e teimosa Yennefer de Vengerberg, o bardo boca-suja e carismático Jaskier/Dandelion (prefiro o nome Jaskier), e a peça mais importante desse tabuleiro: Ciri, herdeira de um poder ancestral que pode mudar o destino do mundo (ela é a mais mais mesmo).
Mesmo que os jogos sigam um rumo próprio em relação aos livros (sem deixar de prestar muitas homenagens), o coração da história permanece: quem são os verdadeiros monstros? Os que nascem assim, ou os que escolhem ser?

Netflix e sua sede insaciável por adaptações (Ou: se tem bruxo gostoso, mete um contrato e chama o Henry Cavill)
Não é de hoje que a Netflix se joga com vontade em cima de tudo que tenha uma base de fãs minimamente sólida. E com The Witcher, não foi diferente. A plataforma viu ali um prato cheio: livros consagrados, jogos premiados e um fandom leal (e exigente). O resultado? Um hype astronômico na estreia e… um relacionamento complicado depois disso.
E como uma boa nerd de porão que sou, sou difícil de agradar e adoro reclamar de detalhes irrelevantes com toda a paixão possível — a série entra nessa categoria. Não é de todo ruim, mas também não dá pra passar o pano com gosto.
A primeira temporada até passou no teste, impulsionada principalmente pela presença de Henry Cavill (que basicamente CARREGOU a série nas costas como o bruxo Gerard de Rívia). Só que o tempo mostrou que, quando a Netflix bota a mão, dificilmente o material original sai ileso. Personagens descaracterizados, mudanças de narrativa, excesso de liberdades criativas e uma sensação de que o foco era mais em construir um produto de massa do que em respeitar o espírito da obra.
E aí vieram os spin-offs, os derivados… e o afastamento de Henry Cavill. Coincidência? Talvez. Mas o público sentiu. A alma da série ficou pelo caminho e sobrou um corpo bonito, mas sem essência.
Não dá pra ignorar o impacto da adaptação, muita gente conheceu The Witcher por causa dela, o que é ótimo. Mas também não dá pra fingir que a série não virou uma salada de decisões questionáveis e conveniências narrativas.

Jogos da franquia The Witcher
Apesar da história complexa e cheia de nuances, The Witcher conta com três jogos principais que compõem a campanha original de Geralt de Rívia, além de duas expansões incríveis para The Witcher 3, que são praticamente jogos inteiros de tão bem feitos (e gigantescos).
Mas o universo do bruxão é vasto demais pra caber só nessa trilogia. Se você é fã de jogo de cartas estratégico, vale conferir Gwent (2018), que nasceu dentro do próprio The Witcher 3 e depois ganhou vida própria, é tipo uma versão beta do incrível e maravilhoso Magic: The Gathering. E se quer uma aventura paralela com foco narrativo, a dica é o Thronebreaker: The Witcher Tales (2018) — uma história original ambientada no mesmo mundo, infelizmente o gênero narrativo não me agradou muito (mas tem quem goste).
Aqui, no entanto, vamos focar na saga principal:

1. The Witcher (2007) – PC
O pontapé inicial. Desenvolvido pela CD Projekt Red, este primeiro jogo tem gráficos datados hoje em dia, mas apresenta um sistema de escolhas morais bem interessante e já estabelece o universo denso, inspirado nos livros. Não é o mais acessível para iniciantes, mas tem seu charme old school.
Curiosidade:
Uma das coisas mais legais desse primeiro The Witcher é a comunidade ativa de fãs que, ao longo dos anos, criou aventuras customizadas usando a própria engine do jogo (se não me falha a memória existiam pelo menos 21 aventuras completas). Essas histórias paralelas variam de curtas missões a campanhas completas com novos personagens, escolhas e reviravoltas — tudo feito com muito carinho por quem também ama o universo criado por Sapkowski.

2. The Witcher 2: Assassins of Kings (2011) – PC, Xbox 360
Esse é o jogo que andou para que o terceiro pudesse correr. A narrativa dá um salto de qualidade, com múltiplos finais, decisões que realmente mudam o rumo da história e gráficos muito mais refinados. A gameplay evolui bastante em relação ao primeiro, e Geralt começa a se firmar como o protagonista carismático que tanto amamos. O jogo tem mais de dez anos e ainda tem uma legião de fãs que saem no soco para decidir se preferem a história dele ou de The Witcher 3 (eu, pessoalmente, prefiro não me envolver em polêmicas).
Menção fucking honrosa a um dos meus personagens favoritos e mais fodas dos 3 jogos: Letho. Seus bíceps enormes e sua careca reluzente não serão esquecidos. Aí vale a pergunta: um vilão ou anti-herói? Independentemente para onde a sua balança moral despenca, definitivamente teve presença e força suficientes para marcar uma franquia inteira.

3. The Witcher 3: Wild Hunt (2015) – PC, PS4, Xbox One e Switch
O aniversariante do ano, completando 10 anos em 2025, e ganhador do The Game Awards 2015 como Jogo do Ano, The Witcher 3 é, sem exagero, um marco no universo dos RPGs — e o mais querido entre os fãs. O queridinho é a vaca de leite infinito da CD Projekt Red (com todo respeito).
Aqui, Geralt atinge seu auge: carismático, irônico, sábio e irresistivelmente grisalho. O mundo aberto é absurdamente rico em detalhes, com side quests melhores que a campanha principal de muito jogo por aí. E as duas expansões — Hearts of Stone e Blood and Wine — não só ampliam o conteúdo, como são obras-primas por si só (se a sua favorita não é Blood and Wine não confio na sua habilidade de conviver em sociedade).
Você pode até não ter jogado, mas com certeza já viu alguém perdendo horas no Gwent ou dizendo que queria ser o Geralt (ou ficar com ele, como é o meu caso).

O que esperar da franquia?
O futuro de The Witcher promete ser tão caótico (e empolgante) quanto um Derby no finalzinho da tarde de sábado. Com a CD Projekt Red confirmando que está trabalhando em um novo jogo da franquia, o famoso e esperado: Projeto Polaris e afirmando que será o início de uma nova saga, as expectativas estão lá no alto. Rumores apontam que Geralt pode finalmente pendurar as espadas e dar espaço a um novo protagonista, talvez até Ciri como personagem jogável (na torcida por aqui!).
Além disso, com o remake oficial de The Witcher 1 em desenvolvimento usando a Unreal Engine 5, parece que teremos a chance de revisitar as origens do bruxão com gráficos atualizados, novas mecânicas e, quem sabe, um combate que não pareça um jogo de luta de PlayStation 2 (O nome desse projeto é Canis Majoris e eu realmente sou fascinada por esses nomes).
E falando em continuar, a Netflix não pretende largar o osso tão cedo. A tão aguardada (e temida) quarta temporada da série está a caminho (parece que no final do ano), com a controversa substituição de Henry Cavill por Liam Hemsworth no papel de Geralt. Mas, por incrível que pareça, há uma pontinha de esperança: tudo indica que a nova temporada vai tentar voltar às raízes dos livros, adaptando Batismo de Fogo, A Torre da Andorinha e A Senhora do Lago. Se conseguirem manter a essência e fugir do cringe, talvez tenhamos mais uma adaptação foda pra lista.

Considerações finais
The Witcher é uma das franquias mais completas e fascinantes do mundo dos games. Apesar dos desafios enfrentados nas adaptações, ela segue firme, conquistando cada vez mais fãs por meio dos jogos, livros e séries.
Para mim, essa saga reúne tudo que torna uma boa história inesquecível: personagens e dilemas profundos, criaturas únicas, uma narrativa que nos faz refletir e o mais importante homens garbosos e espadaúdos complexados. Se você ainda não teve a oportunidade de mergulhar nesse universo, a hora é agora. Boa sorte, jovem bruxo!

E você? Qual é o seu jogo favorito da franquia? Já leu os livros ou assistiu às séries?
Respostas de 2
Pra mim a oportunidade de conhecer mais de the witcher virá com o remake . Vamos ver se esta a altura do que fizeram na franquia principal
Simm, na torcida por aqui também!